
Panorama: O Brasil tem um mercado de saúde grande, digital e aberto a novidades. Mesmo com lacunas de investimento e formação de talento, o país mostra que pode influenciar a adoção global de IA — hoje liderada por EUA, China e parte da Europa. A seguir, três iniciativas brasileiras com potencial de escalar muito além da América do Sul.
1) Robô Laura — gestão preditiva de risco hospitalar
Pensado inicialmente para detectar precocemente o risco de sepse, o Robô Laura lê dados clínicos em tempo real e calcula um score de risco que aciona a equipe assistencial quando algo foge do padrão. O sistema aprende continuamente com algoritmos de machine learning e usa linguagem natural para facilitar a comunicação com profissionais.
Com o tempo, a tecnologia foi expandida para outros riscos, como necessidade de transfusão no pós-operatório, vigilância epidemiológica e monitoramento de multirresistência bacteriana.
2) Unicamp — IA + metabolômica para detectar Zika
Uma equipe da Unicamp combinou espectrometria de massa (para ler marcadores metabólicos no soro) com modelos de machine learning capazes de reconhecer “assinaturas” de infecções. O resultado é um teste que identifica Zika com sensibilidade superior a exames sorológicos tradicionais, inclusive fora da fase aguda.
A mesma lógica de assinaturas metabólicas pode ser aplicada a malária, HIV, leishmaniose e outras doenças, abrindo caminho para melhor vigilância epidemiológica em escala.
3) Adam Robô — triagem oftalmológica em minutos
O Adam Robô realiza triagens de visão em poucos minutos, medindo acuidade visual e avaliando condições comuns como miopia, hipermetropia, astigmatismo, presbiopia e daltonismo. A solução é inclusiva: funciona com optótipos clássicos e escalas por figuras, atendendo crianças e adultos — alfabetizados ou não. Resultados ficam acessíveis via QR Code, facilitando o encaminhamento ao especialista.
Fechando
Os três cases mostram a força da inovação nacional: soluções que nascem de necessidades reais, com resultados mensuráveis e capacidade de replicação internacional. Para acelerar, o país precisa formar mais gente, investir com regularidade e conectar pesquisa, hospitais e empresas — assim transformamos pilotos em rotina clínica segura e escalável.
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