
Giro semanal de IA na medicina – 25–31 de agosto de 2025
Confira os principais destaques sobre inteligência artificial e tecnologia médica da última semana (25–31 de agosto de 2025).
Uso de IA para entender o risco genético de doenças
- Uma equipe da Escola de Medicina Icahn do Mount Sinai desenvolveu um modelo de IA que combina milhões de registros médicos eletrônicos e exames de laboratório de rotina para atribuir um “escore de penetrância por IA” a mutações genéticas raras. Esse escore quantifica a probabilidade de a mutação provocar uma doença, oferecendo uma estimativa mais nuanceada que o antigo “sim/não” dos testes genéticos.
- O modelo usa dados como colesterol, contagens sanguíneas e função renal para treinar redes neurais profundas; os escores podem ajudar médicos a personalizar decisões clínicas e orientar pacientes com maior risco.
- Os pesquisadores ressaltam que a IA não substitui o aconselhamento genético, mas oferece ferramenta complementar para decisões individualizadas
A pesquisa enfatiza que o risco de doença de cada pessoa está mais para um continuum do que para uma classificação binária. A IA consegue identificar padrões sutis em exames laboratoriais que os médicos normalmente não associariam a uma mutação rara, traduzindo-os em um “termostato” de risco genético.
Estetoscópio inteligente detecta doenças cardíacas em segundos
Uma parceria entre o Imperial College London e a Eko Health desenvolveu um estetoscópio conectado à nuvem que registra ECG e sons cardíacos e usa IA para identificar insuficiência cardíaca, fibrilação atrial e doenças valvares em cerca de 15 segundos. Em um estudo com 12 725 pacientes, o dispositivo aumentou em mais de duas vezes os diagnósticos de insuficiência cardíaca e em 3,45 vezes a detecção de fibrilação atrial em comparação ao cuidado habitual. Pode antecipar diagnósticos em até dois anos.
Algoritmo identifica periódicos predatórios
Pesquisadores da Universidade do Colorado criaram uma ferramenta que examina sites de revistas científicas em busca de sinais de alerta, como conselhos editoriais falsos e autopromoção. Ao analisar 15 200 periódicos, a IA sinalizou mais de 1 400 como suspeitos de serem predatórios. O algoritmo funciona como filtro inicial; a verificação final continua com especialistas.
Universidade indiana inaugura departamento de IA em medicina
O Kasturba Medical College, em Manipal, tornou-se a primeira faculdade de medicina da Índia a criar um departamento dedicado à inteligência artificial. O novo núcleo trabalhará com análise preditiva, interpretação de imagens, medicina personalizada e apoio à decisão clínica. A direção destaca que a IA complementa, mas não substitui, o julgamento médico.
IA generativa identifica exposições à gripe aviária
Cientistas da Universidade de Maryland utilizaram um modelo de linguagem para vasculhar 13 494 anotações de pronto‑atendimento e identificar possíveis exposições ao vírus H5N1. O sistema detectou 76 prontuários suspeitos e, após revisão humana, 14 exposições foram confirmadas. O processo levou 26 minutos e obteve valores preditivos positivos e negativos de 90 % e 98 %, respectivamente, mostrando potencial para vigilância em larga escala.
IA usa eletrocardiogramas simples para diagnosticar insuficiência cardíaca
Pesquisadores da West Virginia University treinaram algoritmos de deep learning com mais de 55 000 prontuários de pacientes dos Apalaches. O objetivo foi estimar a fração de ejeção a partir de eletrocardiogramas básicos, disponíveis em clínicas rurais. Modelos como ResNet foram mais precisos e a abordagem ajuda a evitar erros de diagnóstico em áreas afastadas, além de sugerir quais combinações de eletrodos geram melhores resultados.
Conclusão
Os avanços da semana demonstram que a IA está cada vez mais integrada à medicina, desde a previsão de risco genético até o diagnóstico cardiovascular e a vigilância epidemiológica. Em comum, as iniciativas reforçam que a IA apoia, mas não substitui, o médico.
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